domingo, 13 de dezembro de 2020

SAUDOSA MANGUEIRA

 


(Por Valdecy Borges, Goiânia, 05.12.2020).

 

Pesquisando geografia

é fácil compreender

que Tapira e Jussara

entre si têm algo a ver.

Pois ambas foram fundadas

em tempo contemporâneo

e estão localizadas

no Mato Grosso Goiano.

 

O espaço entre elas

de seis léguas de distância

escondia sobre as duas

importante semelhança.

Pau da Gambira em Jussara

linda mangueira em Tapira

no comércio informal

locais de muitas "catiras".

 

Benigna árvore frutífera

c/ seus galhos abundantes

banquinhos ao seu redor

acolhiam visitantes.

A natureza lhe deu

grandeza e perfeição

qual um cartão de visita

que chamava atenção.

 

Não se sabe se ela foi plantada ou nascida a esmo

mas para a mãe natureza

as coisas são assim mesmo.

Foi o que aconteceu

na cidade de Jussara

pois lá o Pau da Gambira

não tinha origem clara.

 

Mangueira q quando adulta

teve porte exuberante

sua copa era vista

de algum ponto distante.

Durante sua existência

foi ponto de referência

serviu de porto seguro

como se fosse um mirante.

 

Do tempo da existência

de tão famosa mangueira

me lembro de alguns políticos

no início ou fim de carreira.

Fui amigo de um deles

que de forma passageira

exerceu a vereança:

João Martins de Oliveira.

 

Lindomar Gonçalves Borges

que era parente meu

na Câmara Municipal

também mandato exerceu.

Me lembro de José Ivo

que era advogado

dois mandatos de prefeito

foram por ele "emplacados".

 


Me lembro de outro prefeito

Paulo César de Oliveira

disputou uma eleição

enfrentando uma "pedreira".

Na abertura das urnas

disputava voto a voto

mas quando "abriu" Jacilândia

ele ficou bem "na foto".

 

Desde então ficou mui grato

ao torrão que o elegeu

e o eleitor de Jacilândia 

tornou-se amigo seu.

Isso fez com que o Distrito

daquele momento em diante

conquistasse mais espaço

tendo o seu representante.

 

Mangueira que foi do tempo

do futebol "Gato Preto"

Pau da Gambira do tempo

do forte "Tupy" de Jussara.

Torcidas ficavam ansiosas

quando o jogo era marcado

com a disputa se dando

em clima muito acirrado.

 

Mangueira em cujo redor

muita empresa progredia

comércio do Zé Arantes

"Nossa Senhora da Guia".

Mangueira que viu crianças

brincando de pula-pula

bem ao lado onde ficava

Pensão do Chico Caçula.

 

Mangueira que abrigou

rolinhas pombos e anus

Mangueira que foi do tempo

do delegado Sussu.

Mangueira em cuja sombra

muita gente foi feliz

testemunhou casamentos

na Igreja da Matriz.

 

Mangueira q marcou época

como traço cultural

pessoas se aglomeravam

já na hora matinal.

De tudo o que se falava

não tinha quem não gostasse

fico pensando comigo

se aquela mangueira falasse...

 

Mas o principal mister

era a informalidade

comércio do troca-troca

sem moeda de verdade.

"Troco minha bicicleta Monark de qualidade

por seu fogão Dako azul

pra eu cozinhar à vontade".

 

No centro de uma avenida

em perfeita simetria

com a Praça da Igreja

mangueira sobrevivia.

Se perpetuou no tempo

por tempo indeterminado

não se sabendo em que data

seu tronco foi derrubado.

 

Se o itapirapuense

pensar em preservação

tomara tenha a idéia

de fazer replantação.

Sementinha de mangueira

essa seria a maneira

de preservar tal memória

oxalá no mesmo chão.





quinta-feira, 16 de abril de 2020

QUEM É NILSON ALMIR?


Nilson Almir é pré-candidato a prefeito de Itapirapuã.

“Uma simples pergunta, mas que somente duas pessoas no universo talvez pudessem responder: Deus e eu, Nilson Almir, mas que também é sabido por parentes, amigos e todas as pessoas de bem em Itapirapuã e região!” Respondeu Nilson Almir

Nilson Almir, 54 anos, jornalista, é cidadão brasileiro, goiano, nascido em Fazenda Nova, criança ainda veio para Itapirapuã, cidade que escolheu para viver e criar sua família. De família de seis irmãos, pai de cinco filhos os quais jamais abandonou, cumprindo sempre o seu papel indelével de pai. É avô, “avô babão” que ama seus entes de forma devocional como pai e avô que se preza.

Filho de Arlinda Gonçalves Pires do Nascimento, a dona Olinda, e de Deodato Pereira do Nascimento, o ex-vereador Diozinho, irmão de Nelson, Vanusa, Woney, Geizy e Joicy, pai de Gisellye Damasceno, Nilson Nelson, Jaçanã, Salmir e Wallyssy Rickellmy, sogro de Daniel Damasceno e de Ana Carolina, e avô de Hadassa, e de Jessanã, ainda em gestação. Dono de grande rol de amizades ilustres no meio político, governamental, na comunidade de Itapirapuã, de cidades na região e em outras regiões goianas.

Amigo dos amigos, carismático e acima de tudo leal às amizades como os amigos de verdade devem ser.

Um homem para manter em dia suas responsabilidades, precisa trabalhar e é isso que tem feito Nilson Almir ao longo de sua vida, aos treze anos já ajudava seu pai no Armazém do Diozinho, no Bairro Popular. Antes de completar quinze anos, ainda em 1980 adquiriu sua primeira câmera fotográfica profissional, uma Olympus Pen 35 mm/Meio quadro com a qual fez fotos 3 X 4 doadas, nunca cobrou, para documentos. Na década de 80 começou exercer a função de pintor letrista de fachada comercial.

Em 1983, juntamente com os amigos Paulo Costa e Celso Castro, numa ação pioneira em Itapirapuã, lançou o jornal "O Itapirapuense", impresso em papel almaço no mimeógrafo com publicação de 150 exemplares mensalmente alcançando 15 edições.

Também assumiu o emprego em 10/02/1983 quando sua Carteira de Trabalho foi assinada pela primeira vez aos dezessete anos de idade permanecendo até 1989. Ainda nos anos oitenta adquiriu a agência lotérica da cidade, mas sempre exercendo a profissão de pintor, desenhista e fotógrafo.

Em 92 adquiriu a sua primeira filmadora, uma Panasonic M1000/VHS com a qual filmou mais de 100 casamentos, inúmeros aniversários e outros eventos participando ativamente da vida social itapirapuense. Desde a sua primeira câmera adquirida aos quinze anos de idade, Nilson Almir jamais deixou de portar uma câmara fotográfica ou filmadora.

FOTOGRAFAR E FILMAR SEMPRE FOI SUA GRANDE PAIXÃO!

Retornou ao serviço público em 1993 como coordenador de pessoal na prefeitura, depois secretário de esporte e lazer, elegendo-se vereador em 1996.

Na década de noventa Nilson Almir protagonizou verdadeira efervescência cultural, artística, de entretenimento, e serviços em Itapirapuã como criador ou fundador, junto com demais companheiros, do Rally de Bóias de Itapirapuã, Rádio Itapuã, Sindipuã/Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Itapirapuã, Casarti/Associação Casa do Artista Itapirapuense, Associação de Moradores do Setor Cidade Livre, Associação dos Moradores do Bairro São Domingos, e ainda atuou de forma decisiva para a implantação do Assentamento Tamboril e do Assentamento Itapira, e ainda das Agrovilas.

Em 1999 assumiu cargo no alto escalão do Governo de Goiás, Diretor de Assentamento Rural, Regularização e Recursos Fundiários no IDAGO, depois, já no ano 2.000, Diretor/Chefe de Departamento na Agênciarural, em 2002 Assessor Parlamentar na Secretaria de Estado da Cidadania e Trabalho.

Ocupou ainda cargo na Assessoria Especial da Governadoria, Assessoria de Gabinete da Secretaria de Estado de Planejamento, e em Itapirapuã, o cargo de Secretário Municipal de Cidadania e Trabalho. Deixou o Governo, a pedido, em 2012.

Em 2013 assumiu a Chefia de Gabinete, depois a Secretaria Municipal dos Transportes e Obras, e a Secretaria Municipal de Planejamento, na Prefeitura de Jussara até 2016. É o único itapirapuense com título de cidadão jussarense concedido de forma unânime pela Câmara de Jussara em 2015 por relevantes serviços prestados.

Em 2017 criou a empresa N. A. Jornalismo e Marketing dedicando especialmente à atividade jornalística na região do Vale do Araguaia com serviço prestado aos irrigantes do Vale do Araguaia, comércio, e prefeituras com produção de reportagens, vídeos reportagens e vídeos institucionais. É dono e autor do blog Notícias de Jussara, o mais acessado da região com quase 2 milhões de acessos, blog Notícias Araguaia com 200 mil acessos, e outros.

Tem larga folha de serviços prestados à comunidade e ao Município, experiência administrativa e profissional, mas especialmente, dono de ideais e projetos em prol de Itapirapuã. As pessoas do bem, sensatas e respeitosas de Itapirapuã, sabem, com toda certeza quem é Nilson Almir.

Já vai longe o tempo em que se fazia política desmerecendo os adversários, tentando tirar lhes a credibilidade a qualquer custo, as pessoas têm ranço deste tipo de comportamento nefasto, ardil e soberbo. Dizia um grande escritor “Briguem as idéias e não os homens!"

“Jamais citarei de forma pessoal nenhum adversário meu, pois não é essa a formação que tive. O meu berço e formação, não me dão margem para esse tipo de comportamento rasteiro! Critico sim, de forma altiva e responsável, gestões administrativas equivocadas as quais interferiram negativamente na vida e no crescimento dos Itapirapuenses. Entendo não ser possível se calar ante a possibilidade do retorno de uma gestão reprovada já em duas eleições passadas. É direito de todo cidadão, e isto deve ser respeitado, fazer o questionamento acerca de ações dos agentes públicos no município, no Estado e no País.

Um perfil falso, de forma vil e desumana atacou a minha honra sem ao menos ter a decência de mostrar seu rosto, a sua identidade. Trata-se de um FAKE sem cara, o que mostra sua falta de humanidade e decência. Não espere de mim comportamento tão baixo e hostil, pois como já adiantei a minha índole não permite tal baixeza.

As pessoas de bem na nossa cidade, mesmo os itapirapuenses ausentes, mas que amam a nossa terra, conhecem quem é Nilson Almir, confiam em minhas sinceras e ilustres intenções.” Falou Nilson Almir.

Nilson Almir é pré-candidato a prefeito de Itapirapuã.

Itapirapuã, 27 de março de 2020.
Por Karla Schineider
Fotógrafa e jornalista.

quarta-feira, 18 de março de 2020

DESCULPA CAIPIRA PRA OLHO ARROXEADO EM TOMBO DE BÊBADO.


Por Nilson Almir, jornalista.
Sábado, 9 de abril de 2011.

Em meados da década de oitenta, nas redondezas do vale do rio vermelho, na cidade de Itapirapuã, vivia o conhecido trabalhador “trecheiro” e bêbado, o Quintino. Tratava-se de um esquelético matuto já na casa dos 50 anos, mas aparentando mais de 60 de tão judiado que era pela pinga e pelo pesado trabalho braçal a que se submetia para ganhar a vida. Também o envelheceu precocemente o hábito de tragar seu grosso cigarro de palha e fumo de corda enrolado a mão, quando soltava fortes baforadas, daquelas de arderem os olhos de quem estivesse próximo. Mais forte que aquela bomba de fumo do Quintino, naquela região, só as mascadas de fumo que um vizinho seu usava fazer, o "seo Trucate", outro caipira que quando ia ao armazém comprar sandálias havaianas, as chamavam de “chinelos lava-bundas”, pelo fato de as mesmas jogarem água prá cima nas costas da pessoa ao andar em chão molhado ou poças d’água. Ao mascar o seu fumo de corda, grosso e forte, aos nacos jogados na boca, o “seo Trucate” ia cuspindo o excesso daquele sumo preto fedorento pros lados, deixando a gente a pensar se um dia aquilo que parecia um forte veneno não o iria matar. Alguns diziam que aquele cuspe de fumo mascado curava picada de cobra venenosa.

Mas a estória é do Quintino, o bêbado magricela e raquítico, de estatura mediana e levemente encurvada pela força de sua fraqueza física. Quintino usava, quando não estava no trabalho nas roçadas de pasto ou limpa de arroz, a camisa de tecido “volta ao mundo”, muito comum à época, por ser barata, de um tecido fino, quase transparente, geralmente de mangas compridas, compradas fiado na loja do Zé Arantes, no centro da cidade. Até hoje não entendo porque tinham o nome de camisa “volta ao mundo”, já que bem feias e ruins, não poderiam ser usadas nem para uma volta à região.

Quintino era só. Tinha irmãos, entre eles o Dito, “pé-de-cana”, pitador e trabalhador braçal na roça também, e a irmã conhecida por "Das Neves". Mas já foi casado, ou pelo menos morou com dona "Nestina", uma senhora baixinha que o largou logo pela pobreza e “pingaiada” que acompanhava sempre o Quintino. Então Quintino era só, mas rodeado de pessoas, uns conhecidos, alguns amigos, outros, colegas de boteco e de pinga.

Certa vez Quintino apareceu com o olho esquerdo inchado, tudo preto, aquela pelota feia no rosto, que só de ver dava um nó no estômago da gente. Contou ele que “roçava um pasto que pegou prá fazer, ganhando por dia, livre da “bóia” e, naquele “pega-pra-capar”, abanando a foice pros lados e jogando juquira pro ar, sem saber se “pegou ou capou”, deu de testa com uma moita de tucum. Pensou com seus botões: agora “a bosta talha” e seguiu prá cima, fazendo jus a sua fama de bom na foice e falando: - “Pouca bosta a gente caga é na calça mesmo, vamos que vamos que é prá acabar logo!” A primeira foiçada levou uma ruma de galhos, descobrindo um objeto acinzentado parecendo uma cabaça seca, e na segunda foiçada metade do objeto também foi aos ares. Era uma casa de marimbondo tatu, daquele que corre atrás do peão. Disse ele que a primeira ferrada foi na “tampa do zói”. A foice voou longe, arremessada pelo seu desespero. A camisa, remendada e de algodão, que usava no trabalho se estendia na suas costas, dava até prá jogar truco, tamanha era a velocidade da sua carreira. Conta Quintino que virou um “sendengo”, “esguachando no mundo” seguindo naquele Deus nos acuda, correndo e dando tapas nas suas duas orelhas, nas costas e por todo o corpo, pulando tudo quanto foi moita que aparecia pela frente, gritando feito doido mostrando a sua banguela, numa tentativa alucinada de espantar os marimbondos que vinham aos feixes. Fala ele que até hoje não achou a sua foice no meio daquele mato e nem a moringa que carregava e também foi perdida. De todos os seus pertences perdidos na correria, só encontrou o saquinho de fumo picado da marca “rei do fumo” e a garrafa de pinga “chora Rita” que felizmente havia amoitado perto do pau de uma cerca mais distante do ocorrido. Veio embora pra cidade, deixando o serviço pra terminar quando sarasse as ferroadas, por isso estava ali no boteco naquele momento”. Essa é a estória que conto do Quintino que contou toda essa ladainha pra explicar o olho arroxeado e que todos ali sabiam ser por mais um tombo de bêbado, mas que fingiam acreditar na sua versão, para dar mais vazão à estória, que era mentira, mas que estava até divertida de ouvir. (Em homenagem à memória saudosa de Quintino e “Seo” Trucate).