Na semana
passada, no programa Fantástico da TV Globo, houve a denúncia de uma fraude no
processo de seleção de quem participa do programa “Minha Casa, Minha Vida“. Algumas
ONGs parceiras do governo para selecionar os candidatos estão utilizando suas
atribuições para extorquir dinheiro e para possibilitar a burla de várias
regras do sistema. É triste que o programa esteja sendo utilizado assim – como
já denunciado, ele já estava sendo utilizado de modo a elevar, ainda mais, os
preços de imóveis voltados para pessoas de renda mais baixa, e agora novas
denúncias reduzem ainda mais a legitimidade do sistema.
As
fraudes acontecem por meio de uma modalidade específica, em que organizações
não-governamentais e cooperativas são habilitadas como parceiras. De acordo com
a reportagem, a parceria com as ONGs é a parte menor do programa.
Em geral,
os compradores negociam os imóveis com as construtoras, e o governo paga parte
da dívida. Com autorização do governo, as ONGs selecionam as famílias, elaboram
os projetos e, em alguns casos, executam as obras. Só pode se candidatar quem
tem renda familiar de até R$ 1,6 mil.
Mas
associações e ONGs credenciadas pelo governo forjam documentos e cobram taxas
ilegais aos interessados em realizar esse sonho.
As
fraudes, em geral, consistem em informar renda inferior e omitir ou acrescentar
dados sobre o candidato para que ele se encaixe no perfil do programa e
facilite sua inscrição. A seleção deve priorizar mulheres chefes de família,
portadores de necessidades especiais, idosos e pessoas consideradas em situação
vulnerável, como moradores de áreas de risco.
Veja dicas para evitar fraudes:
- Veja se
a entidade está autorizada pelo Ministério das Cidades. A lista está no site
www.cidades.gov.br;
- Procure
conhecer a ONG e saber como ela atua na comunidade;
-
Informe-se sobre outras obras já executadas;
-
Participe das discussões do projeto;
-
Qualquer pagamento também deve ser discutido entre todos os associados. Não
aceite cobranças de taxas com as quais você não concorde;
- O
dinheiro pago a entidades não garante um lugar no programa. A Caixa precisa
aprovar todas as famílias selecionadas pela ONG.
- Os
pagamentos para a Caixa só começam depois que o imóvel está pronto.
1. As
regras do programa “Minha casa, minha vida”
O
programa é voltado para dois níveis de candidatos a comprador, com base na
renda mensal. O primeiro nível é voltado para quem ganha até R$ 1.395,00, e
oferece condições bastante interessantes para o financiamento. A prestação
mensal é de, no máximo, 10% da renda familiar, sem entrada, e a primeira
parcela é paga somente após o imóvel estar pronto. Essa condição facilita o
financiamento, já que o comprador não tem que pagar aluguel e financiamento ao
mesmo tempo. Além disso, o financiamento do imóvel tem prazo máximo de 10 anos.
Nessa modalidade, o governo custeia parte significativa do financiamento com
recursos do Fundo de Arrendamento Residencial, o que torna possível baixar o
valor das prestações.
Para ter a casa própria, as famílias pagam 10% do seu salário durante dez anos. O governo paga o resto. Assim, uma família que recebe um salário-mínimo por mês deve pagar à Caixa R$ 54 durante dez anos. Uma casa que custa R$ 57 mil reais, por exemplo, sai por R$ 6.540.
Para quem
ganha entre R$ 1.395,00 e R$ 4.900,00, as condições são um pouco piores, mas
ainda bastante interessantes, com juros que variam entre 5% e 8,16% ao ano,
mais TR. O financiamento, nesse caso, pode ter o prazo de até 30 anos.
Além
disso, para obter o financiamento o candidato não pode ter sido beneficiário de
programa social habitacional, ser titular de outro financiamento no Sistema
Financeiro de Habitação, ou ter outro imóvel residencial onde reside ou
trabalha.
2.
Cuidado ao aderir ao programa “Minha Casa, Minha Vida”
As
facilidades do programa, bem como a fragilidade da fiscalização, têm aberto as
portas para fraudes. É comum ler em jornais e revistas que muitos dos
empreendimentos vinculados ao “Minha casa, minha vida” são entregues sem
atender às especificações do governo, com qualidade duvidosa ou em localidades
sem a menor infra-estrutura. Portanto,
antes de assinar o contrato, é importante verificar a credibilidade da
construtora e, se possível, visitar algum empreendimento que ela já tenha
entregue na região.
Uma
fraude que tem sido bastante noticiado diz respeito a construtoras que têm
anunciado que o imóvel preenche os requisitos do programa, quando na verdade
não os atendem. Em alguns casos, a corretora vende o imóvel por um valor que está
dentro das regras do programa, mas a Caixa Econômica o avalia por valor
superior ao do contrato – e, nesse caso, o imóvel não se enquadra no programa.
Nesses
casos, é importantíssimo que o comprador não assine o contrato antes da
avaliação da Caixa, mesmo que a construtora insista que o imóvel se enquadra
nos parâmetros do “Minha Casa, minha vida”. Se o contrato for assinado e o
comprador der um sinal (uma entrada), esse valor não será restituído – a não
ser, na maioria dos casos, depois de uma longa briga judicial com a
construtora.
Veja
informações: Site Oficial www.minhacasaminhavida.com.br
BRASIL mostra sua cara.
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