(Por Valdecy Borges, Goiânia, 05.12.2020).
Pesquisando geografia
é fácil compreender
que Tapira e Jussara
entre si têm algo a ver.
Pois ambas foram fundadas
em tempo contemporâneo
e estão localizadas
no Mato Grosso Goiano.
O espaço entre elas
de seis léguas de distância
escondia sobre as duas
importante semelhança.
Pau da Gambira em Jussara
linda mangueira em Tapira
no comércio informal
locais de muitas "catiras".
Benigna árvore frutífera
c/ seus galhos abundantes
banquinhos ao seu redor
acolhiam visitantes.
A natureza lhe deu
grandeza e perfeição
qual um cartão de visita
que chamava atenção.
Não se sabe se ela foi plantada ou nascida a esmo
mas para a mãe natureza
as coisas são assim mesmo.
Foi o que aconteceu
na cidade de Jussara
pois lá o Pau da Gambira
não tinha origem clara.
Mangueira q quando adulta
teve porte exuberante
sua copa era vista
de algum ponto distante.
Durante sua existência
foi ponto de referência
serviu de porto seguro
como se fosse um mirante.
Do tempo da existência
de tão famosa mangueira
me lembro de alguns políticos
no início ou fim de carreira.
Fui amigo de um deles
que de forma passageira
exerceu a vereança:
João Martins de Oliveira.
Lindomar Gonçalves Borges
que era parente meu
na Câmara Municipal
também mandato exerceu.
Me lembro de José Ivo
que era advogado
dois mandatos de prefeito
foram por ele "emplacados".
Me lembro de outro prefeito
Paulo César de Oliveira
disputou uma eleição
enfrentando uma "pedreira".
Na abertura das urnas
disputava voto a voto
mas quando "abriu" Jacilândia
ele ficou bem "na foto".
Desde então ficou mui grato
ao torrão que o elegeu
e o eleitor de Jacilândia
tornou-se amigo seu.
Isso fez com que o Distrito
daquele momento em diante
conquistasse mais espaço
tendo o seu representante.
Mangueira que foi do tempo
do futebol "Gato Preto"
Pau da Gambira do tempo
do forte "Tupy" de Jussara.
Torcidas ficavam ansiosas
quando o jogo era marcado
com a disputa se dando
em clima muito acirrado.
Mangueira em cujo redor
muita empresa progredia
comércio do Zé Arantes
"Nossa Senhora da Guia".
Mangueira que viu crianças
brincando de pula-pula
bem ao lado onde ficava
Pensão do Chico Caçula.
Mangueira que abrigou
rolinhas pombos e anus
Mangueira que foi do tempo
do delegado Sussu.
Mangueira em cuja sombra
muita gente foi feliz
testemunhou casamentos
na Igreja da Matriz.
Mangueira q marcou época
como traço cultural
pessoas se aglomeravam
já na hora matinal.
De tudo o que se falava
não tinha quem não gostasse
fico pensando comigo
se aquela mangueira falasse...
Mas o principal mister
era a informalidade
comércio do troca-troca
sem moeda de verdade.
"Troco minha bicicleta Monark de qualidade
por seu fogão Dako azul
pra eu cozinhar à vontade".
No centro de uma avenida
em perfeita simetria
com a Praça da Igreja
mangueira sobrevivia.
Se perpetuou no tempo
por tempo indeterminado
não se sabendo em que data
seu tronco foi derrubado.
Se o itapirapuense
pensar em preservação
tomara tenha a idéia
de fazer replantação.
Sementinha de mangueira
essa seria a maneira
de preservar tal memória
oxalá no mesmo chão.